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Ecrãs, saúde mental e bem-estar juvenil: o que nos dizem os dados?

  • IKIGAI - Equilíbrio Digital
  • 23 de mai.
  • 3 min de leitura

O tempo que crianças e jovens passam em frente a ecrãs aumentou significativamente nos últimos anos. Smartphones, tablets, consolas, redes sociais e plataformas de streaming fazem hoje parte do quotidiano. Será que já conhecemos as consequências dessa mudança comportamental e social?

Vários estudos recentes têm vindo a alertar para o impacto do uso excessivo e prolongado de ecrãs na saúde mental. Neste artigo, reunimos os dados mais relevantes divulgados por entidades oficiais para compreender o panorama atual acerca do tema, e o que podemos fazer.


Quanto tempo passam os jovens em frente aos ecrãs?

Em Portugal, o Relatório do Observatório da Saúde Psicológica e do Bem-Estar (OSPBE, 2024) revela que:

  • 51,3% dos jovens (do 2.º ciclo ao secundário) passam mais de 4 horas por dia em frente a ecrãs durante a semana e aos fins de semana, 63,3% ultrapassam as 5 horas diárias. Ainda, nos anos mais avançados (como o 12.º), esse tempo é ainda superior, com quase 40% dos jovens a utilizarem os ecrãs por mais de 6 horas diárias.

A nível europeu, o Joint Research Centre da Comissão Europeia (2025) mostra que:

  • Os jovens entre os 9 e os 15 anos passam em média entre 3 a 6 horas diárias online e que mais de 80% dos adolescentes da UE usam redes sociais todos os dias. Adicionalmente, já é reconhecido que o tempo de ecrã aumentou significativamente desde a pandemia.


Que efeitos tem esse uso na saúde mental?

O uso intensivo de ecrãs não é inofensivo. Dados recentes do King’s College London (2023) indicam que adolescentes com uso excessivo de smartphones apresentam o dobro da probabilidade de desenvolver sintomas de ansiedade e até três vezes mais risco de depressão. Outros estudos apontam ainda para pior qualidade do sono, devido à exposição à luz azul e ao uso noturno, menor autoestima e maior comparação social em redes como o Instagram e o TikTok, sintomas físicos como dores de cabeça, tensão ocular e cansaço, aumento de comportamentos de dependência digital, especialmente ligados a videojogos e redes sociais.

Neste mesmo sentido, a OMS Europa, no relatório HBSC (2023), identificou que 11% dos jovens têm padrões problemáticos de uso de redes sociais e 12% estão em risco de dependência de videojogos. A OCDE, no relatório Health at a Glance: Europe 2024, também sugere que 52% dos jovens de 15 anos na UE relatam múltiplas queixas físicas e psicológicas frequentes. Estes dados refletem um aumento de 10% face a 2018.


Porquê desligar-se (de vez em quando)?

Desconectar-se não significa rejeitar a tecnologia, mas sim recuperar o controlo sobre o tempo e o bem-estar.

A Direção-Geral da Saúde (DGS, 2022) e a OMS recomendam:

  • Criar rotinas com períodos livres de ecrãs — como nas refeições, antes de dormir ou em tempo de lazer;

  • Promover atividades offline, como desporto, caminhadas, leitura, jogos de tabuleiro ou momentos de silêncio;

  • Incentivar o convívio presencial, essencial para o desenvolvimento emocional e social.

Estes hábitos ajudam a melhorar a qualidade do sono, a regulação emocional, a autoestima e o sentido de presença, a ligação com os outros e consigo mesmo.


Conclusão: desligar é um ato de cuidado

Os dados são claros: o tempo excessivo em frente aos ecrãs tem consequências reais, especialmente entre crianças e jovens em fases cruciais do desenvolvimento. Ao mesmo tempo, é possível reverter esse cenário com estratégias simples, consistentes e conscientes.

Desligar-se do mundo digital, mesmo que por períodos curtos, pode ser um passo fundamental para voltar a conectar-se consigo próprio, com os outros e com o mundo real.




 
 
 

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